Atualmente, para ser considerada cerveja, a bebida precisa ter, no mínimo, 55% de cevada maltada e adição de lúpulo na fórmula

A decisão do consumidor está cada vez mais relacionadas a
atributos que vão além do preço, como produtos sensoriais de
diferenciação
Popular
entre os brasileiros, a cerveja terá novos ingredientes autorizados
para o preparo. O Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento elabora uma instrução normativa que permitirá receitas com
adição de matérias-primas como mel, chocolate e especiarias. Além
disso, o texto autorizará a produção com cereais diferentes do lúpulo e
da cevada.
A primeira versão da
instrução normativa será apresentada aos representantes do setor nos
dias 20 e 21 de agosto. Depois o texto passará por mais discussões,
tanto no mercado interno quanto no Mercosul. A expectativa do governo é
que as alterações passem a vigorar em 2015.
Atualmente,
para ser considerada cerveja, a bebida precisa ter, no mínimo, 55% de
cevada maltada e adição de lúpulo na fórmula. Além disso, é proibido
adição de produtos de origem animal. As regras estão na Instrução
Normativa 54, de 2001. A flexibilização é uma demanda do setor
produtivo. Em fevereiro, o governo promoveu audiência pública e reuniu
propostas dos representantes de cervejarias, usadas na construção do
texto da nova instrução normativa.
De
acordo com a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja
(Cervbrasil), a intenção é que os criar mais variedades. “A decisão do
consumidor está cada vez mais relacionadas a atributos que vão além do
preço, como produtos sensoriais de diferenciação. Por isso, uma das
solicitações é a ampliação das opções de ingredientes, como especiarias,
frutas e mel”, destaca a entidade. A Cervbrasil disse ainda que deseja
que sejam mantidos os pressupostos de qualidade e segurança já
existentes.
O chefe da Divisão de
Bebidas do Ministério da Agricultura, Marlos Vicenzi, lembra que o
Brasil importa diversos tipos de cerveja que a legislação não permite
fabricar. Assim, a flexibilização dos ingredientes traria
competitividade à indústria nacional. Ele destaca que a permissão de
mais itens na fórmula beneficiaria as cervejarias artesanais. “Nos
últimos anos, houve crescimento expressivo de pequenas empresas que
necessitam muito de liberdade para ter um diferencial no mercado”,
pondera.
As alterações na
regulamentação precisam ser discutidas com o Mercosul porque as normas
da indústria da cervejaria funcionam de forma harmonizada no bloco.
Segundo Marlos Vicenzi, as propostas de mudança serão debatidas na
Comissão de Alimentos do grupo. “A gente já fez a solicitação de
revisão. A Argentina já mostrou que concorda. Venezuela e Uruguai estão
analisando”, informa. O Paraguai, que também faz parte do Mercosul,
encontra-se suspenso do bloco. De acordo com Vicenzi, o Brasil deve
concluir as discussões internamente e em 2014 iniciá-las no Mercosul. “A
intenção é, no começo de 2015, ter isso [a nova instrução normativa]
publicado”, declarou.
De acordo com
informações da Cervbrasil, no ano passado, o país produziu 13,7 bilhões
de litros de cerveja. Este ano, de janeiro a junho, fabricou 6,2 bilhões
de litros da bebida. A maior parte desse volume é para consumo interno.
Muito reduzidas, as exportações destinam-se principalmente aos países
do Mercosul.
MATÉRIA ACRITICA.COM.BR
Nenhum comentário:
Postar um comentário