Parlamentares atendem à solicitação de moradores do município que esteve na ALE, nessa terça-feira (10).
quarta-feira 11 de junho de 2014 - 6:30 AM
Dhyene Brissow / portal@d24am.com
Manaus - Um novo pedido de
intervenção no município de Coari, assinado por dez deputados estaduais,
será apresentado, nesta quarta-feira (11), ao Ministério Público do
Estado (MP-AM).
O pedido circulou ontem entre os parlamentares da
Assembleia Legislativa do Estado (ALE), depois que uma comitiva de 20
pessoas esteve na Casa e denunciou ameaças e violências que sofreram em
Coari, por pessoas ligadas ao prefeito afastado do município, Adail
Pinheiro (PRP), preso em fevereiro, acusado de envolvimento em uma rede
de exploração sexual de menores.
O pedido de intervenção solicita a
substituição da atual administração e a apuração das denúncias de
envolvimento de policiais militares e civis nas ameaças feitas a
população, supostamente a mando de Adail, para impedir que a população
faça novas denúncias, ou mesmo divulgue informações sobre os casos já
denunciados.
Entre os deputados que assinaram o pedido de
intervenção estão os presidentes da ALE e da Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) da Pedofilia, deputados Josué Neto (PSD) e Abdala Fraxe
(PTN), respectivamente.
O pedido será analisado pelo MP, que
decidirá se vai encaminhar o pedido à Justiça. O pedido ainda precisa do
aval do Judiciário, para então ser executado pelo governador do Estado.
Um outro pedido foi apresentado pelo MP-AM ao Judiciário, em fevereiro, mas ainda não foi julgado.
O
grupo que esteve na ALE era formado por mototaxistas, feirantes, e
presidentes de associações. A comitiva reuniu com os parlamentares e
depois denunciou as ameaças no plenário da ALE.
O presidente da
Associação de Cidadãos de Coari, Raione Queiroz, disse o município está
vivendo um estado de “calamidade” na segurança. “Coari está em Estado de
calamidade. São ‘n’ fatores. Criminalidade principalmente. As pessoas
estão sendo ameaçadas, assaltadas. Comércios são roubados todo dia”,
disse.
“Toda a cidade está oprimida. Eu não sei o que eu vou fazer
quando eu chegar no município, mas não tenho para onde correr. Se eu
ficar calada, eu corro o risco de morrer, se eu falar, eu corro o mesmo
risco”, disse a comerciante Raimunda Socorro Lima de Moura.
A
banca de revista, que ela possui a 17 anos, foi apreendida por policiais
militares a mando do prefeito afastado de Coari, Adail Pinheiro (PRP),
segundo ela, que não queriam que jornais de Manaus com denúncias sobre
Adail, circulassem em Coari.
“Agora que ele está preso, está
mandando mais do que quando estava solto. Porque ele manda de lá e os
soldados dele fazem tudo que ele manda”, disse.
Sobre as denúncias
de desmandos em Coari, a Polícia Civil informou que não tem
conhecimento de denúncias envolvendo policiais civis que atuam no
município de Coari, e que as denúncias serão averiguadas pela delegada
adjunta do DPI, Ivone Azevedo, e “se comprovado envolvimento de
servidores da PC de Coari no ato ilícito, serão realizados os
procedimentos cabíveis”.
A assessoria de comunicação da Polícia Militar informou que o comando não se manifestaria sobre o assunto.
A
Prefeitura de Coari informou, em nota, que as informações dadas pelos
denunciantes estão “equivocadas e deturpadas”, e têm a “clara intenção
de fomentar imagem de instabilidade e corrupção na administração” de
Coari, na tentativa de provocar uma intervenção. Informou ainda que a
Prefeitura de Coari “não tem relação com as denúncias que envolvem a
pessoa do prefeito afastado”.
A prefeitura informou, ainda, que
vai denunciar o deputado Luiz Castro à ALE por quebra de decoro
parlamentar, solicitando que seja investigada a forma que o deputado
conseguiu o extrato da conta da Prefeitura de Coari, sem autorização
judicial.
Luiz Castro exibiu a cópia do extrato, em plenário, ao
denunciar, em maio, o pagamento de R$ 275 mil ao advogado, Francisco
Balieiro, no período que Adail foi preso.
Matéria diariodoamazonas.com.br
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