Anualmente, 2,5 mil botos são mortos em municípios do AM e Estados vizinhos. Segundo a chefe do Laboratório de Mamíferos Aquáticos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Vera da Silva, o problema chegou ao limite
Conforme o Inpa, 2,5 mil botos são mortos no Amazonas e estados vizinhos para servir de isca na pesca da piracatinga
Há quase dez anos a matança de botos tucuxi e vermelho tem sido evidenciada por A CRITICA alertando, por meio de denúncias de protetores do mamífero, a redução drástica da espécie, que pode ser extinta em poucos anos. Mais uma vez, a matança dos botos chamou atenção do País, ao aparecer no noticiário nacional, e provou que o problema chegou ao limite, segundo afirmou a chefe do Laboratório de Mamíferos Aquáticos do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI), Vera da Silva.
Anualmente,
2,5 mil botos são mortos em municípios do Amazonas e Estados vizinhos
para servir de isca na pesca da piracatinga (Calophysus macropterus),
peixe também conhecido no Estado como urubu d’água. A piracatinga é
carniceira e é atraída, principalmente, pelo cheiro da carne de boto.
Além
de matar e usar os botos como isca, os pescadores enganam os
consumidores vendendo a piracatinga com o nome de “douradinha”, muito
comum nas feiras e mercado de Manaus.
Para
tentar combater a caça e matança dos botos, o Inpa e a Associação
Amigos do Peixe-boi (Ampa) lançaram, no domingo, a campanha Alerta
Vermelho, na Internet. A campanha tem apoio do Ministério Público
Federal e pessoas de todos os países podem ajudar na proteção do
mamífero assinando uma petição, no site no site
www.alertavermelho.org.br ou doando R$ 100 para a campanha.
O
documento tem o intuito de antecipar a suspensão da pesca da
piracatinga por cinco anos, na região Amazônica. Na última sexta-feira,
uma moratória foi publicada em uma edição extraordinária do Diário
Oficial da União (DOU) estabelecendo que, a partir de 1º de janeiro, a
pesca e o comércio da piracatinga ficarão proibidos no País. As
instituições de proteção aos botos querem antecipar a proibição, visto
que, até 2015, mais de mil botos podem ser mortos.
De
acordo com a Ampa, há registros que até 20 botos são mortos em uma
única expedição de caça. O problema é grave, conforme a Ampa, uma vez,
que o consumo da piracatinga tem aumentado não apenas no Brasil, mas
também na Colômbia, que faz fronteira com o Amazonas, em Tabatinga, a
1.105 quilômetros de Manaus.
Modus operandi
De
acordo com especialistas, os pescadores poderiam usar gordura animal,
como a de porco, na pesca da piracatinga. No entanto, preferem matar os
botos porque são dóceis, o que facilita a abordagem e matança, e
oferecem grande quantidade de carne.
Os
pescadores recorreram à piracatinga, principalmente, na época do
defeso, quando outras espécies de peixes estão protegidas. Eles caçam os
botos à noite e os atingem com um arpão, uma espécie de lança. O boto
precisa subir à superfície para respirar e os pescadores pressionam o
arpão empurrando o boto para o fundo do rio até ele se afogar e morrer.
Matéria ACRITICA.COM.BR
Nenhum comentário:
Postar um comentário