O território venezuelano tornou-se um dos destinos favoritos de turistas brasileiros, principalmente os da Região Norte, que na maioria das vezes, buscam curtir as férias na Ilha de Margarita sem gastar muito
Ao longo
dos últimos anos, a Venezuela destacou-se internacionalmente com seus
conflitos envolvendo questões políticas. Mas longe deste seu atribulado
cenário cheio de calorosas discussões sobre o socialismo de Hugo Chávez,
com um extenso litoral, o destaque ficou também para suas belas praias.
O
território venezuelano tornou-se, então, um dos destinos favoritos de
turistas brasileiros, principalmente aqueles da Região Norte que, na
maioria das vezes, buscam curtir as férias ou finais de semana
prolongados na Ilha de Margarita sem ter que gastar muito.
Mas
nem só dos dias de lazer, com sol e mar, os brasileiros têm lembranças
da viagem ao país vizinho. As dificuldades e constrangimentos pelos
quais os turistas brasileiros são forçados a sofrer no território
venezuelano somam inúmeras denúncias. Os recursos financeiros levados
por amazonenses que deveriam ser gastos para se divertir com a família e
amigos acabam se tornando “agrados” para evitar transtornos
desnecessários.
Casos de extorsão
praticada pela Guarda Nacional e pelo Exército da Venezuela têm
demonstrado a falta de respeito com os visitantes e motivou até mesmo a
criação do grupo “Eu não viajo mais a Venezuela” na rede social Facebook
que reúne mais de 3 mil membros, muitos amazonenses que passaram por
essa situação constrangedora ao chegar ao país vizinho pela estrada.
O
microempresário Leandro dos Santos, 29, não faz parte do grupo, mas é
um dos amazonenses que passaram por contratempos durante a viagem à
Venezuela. Em janeiro do ano passado ele viajou de carro com a esposa
para o país vizinho. Como a documentação do veículo informava que a
proprietária era a esposa dele, Leandro conta que policiais venezuelanos
pediram 300 bolívares, que equivale a pouco mais de R$ 30, para que
pudesse continuar dirigindo pelo país.
“Eles
me intimidaram dizendo que iriam me levar para a delegacia se eu não
pagasse a eles o que estavam me cobrando”, disse. E não foi a única vez
que o casal passou por constrangimentos durante a viagem à Venezuela.
Leandro e a esposa viajaram em janeiro passado para o território
Venezuelano e também foram intimidados por homens do Exército Nacional.
“Fui
abastecer o carro e por perto tinham vários militares armados. Me
perguntaram se eu tinha medo de armas e ficaram pedindo dinheiro. Embora
eu pretenda voltar, eles estão perdendo muitos turistas com isso”,
relatou Leandro.
Depois de várias
viagens à Venezuela nas quais passou por intimidações de policiais
venezuelanos, o empresário Carlos Gomes Vieira Filho, 46, os amigos e a
família precisaram arranjar um “jeitinho brasileiro” para “driblar” os
policiais corruptos. Eles viajaram em janeiro passado numa van e
colocaram no veículo uma faixa adesiva identificando-o como se fosse da
imprensa brasileira. E em cada alcabala, nome dado ao posto de
fiscalização no território venezuelano, filmavam a abordagem dos
policiais.
“Quem não tem esse conhecimento sofre muito constrangimento lá”, alertou Carlos.
Brasileiros solicitam providências
Não
é de hoje que turistas brasileiros temem a insegurança no trajeto de
viagem no território venezuelano. Todos pedem providências das
autoridades venezuelanas. No sábado, 16 de fevereiro, o empresário
Ernandes da Silva Gomes, 51, conhecido como Dinho, foi assassinado
quando voltava da Venezuela para Boa Vista, onde morava com a família.
Por
telefone, de Boa Vista, o radialista Odely Sampaio, amigo do
empresário, disse em entrevista para A CRÍTICA que o crime ocorreu entre
as cidades de Anaco e El Tigre. “Ele desceu do veículo rapidamente,
próximo a um posto de fiscalização, e nesse instante foi abordado com
uma arma. Ele se assustou e entrou no carro para sair dali, quando
disparam um tiro no pescoço dele. Dinho faleceu na hora.”
Odely
conhece o grupo “Eu não viajo mais a Venezuela”, criado no Facebook, e
disse que o objetivo é despertar a atenção de outros turistas que vão ao
país vizinho. “Os turistas vão para descansar e não encontram a
segurança. A Venezuela é que sai perdendo com isso, pois são os
brasileiros que fazem entrar dinheiro no País. Queremos que se chegue a
uma solução”, declarou Odely Sampaio.
Há outros relatos onde inclusive pessoas foram abordadas e foram roubadas pelos policiais venezualanos.
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