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Petrobras fará emissão de US$ 11 bi em títulos no exterior, a 5ª maior da história

A Petrobras anuncia nesta segunda-feira (13), após o fechamento do mercado, a maior emissão de bonds (títulos de renda fixa) de um país emergente e a quinta maior na história, no valor de US$ 11 bilhões, informou uma fonte ligada ao assunto.
Participam da operação os bancos brasileiros Itaú e Banco do Brasil, além de Bank of America, Citigroup Inc., HSBC Holdings Plc, JPMorgan Chase & Co. e Morgan Stanley.
Petrobras capta US$ 7 bilhões em 2013 fora do mercado de capitais
Companhia quer captar US$ 20 bi em 2013, 63% acima do planejado
Segundo a fonte, que pediu para não ser identificada, a precificação da emissão (quanto custará a dívida para a Petrobras) ainda não está definida --o que deverá ocorrer até o fim do dia.
O prazo da emissão será de três a 30 anos e será feita em dólar.
Os recursos fazem parte de uma captação de US$ 20 bilhões, já anunciada pela empresa em abril deste ano, que tem por objetivo ajudar a cumprir o investimento de US$ 236,5 bilhões do plano 2013-2017 da companhia.
Para 2013, a previsão é de que sejam investidos R$ 97 bilhões.
Antonio Lacerda/Efe
Sede da Petrobras, no Rio de Janeiro
Fachada do prédio da Petrobras no Rio, sede da empresa
No fim de abril, o diretor financeiro da estatal, Almir Barbassa, disse que a Petrobras já tinha captado US$ 7 bilhões neste ano, entre financiamentos de bancos internacionais e nacionais, entre eles o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Nenhuma foi realizada no mercado de capitais.
Até 2017, ano limite do atual plano de negócios, a empresa pretende captar US$ 61 bilhões --sendo que a maior parte será para pagar compromissos já feitos, resultando em uma captação líquida de US$ 22 bilhões.
DIFICULDADES
Os US$ 20 bilhões de captação previstos para o ano estão 20% abaixo dos US$ 25 bilhões de 2012, mas 63% acima da média planejada para o período de cinco anos do plano de negócios, o que mostra as dificuldades da Petrobras ao tentar conciliar os planos conflitantes do governo, seu principal acionista.
A receita da estatal está sendo pressionada por uma série de frentes: a produção da empresa no Brasil cai há 11 meses seguidos, e mesmo assim o governo tem se recusado a permitir que ela aumente os preços dos combustíveis, em linha com o mercado internacional.
Essa política, combinada com o aumento da demanda brasileira por combustível e a limitada capacidade de refino da Petrobras, têm também pressionado o fluxo de caixa da empresa, forçando-a a captar mais dinheiro para cumprir seu pesado plano de investimento.
DESINVESTIMENTO
Um plano para reduzir a pressão sobre o caixa com a venda de ativos no Brasil e no exterior também tem enfrentado dificuldades, com a Petrobras reduzindo o retorno esperado com tais vendas de US$ 15 bilhões para US$ 9,9 bilhões.
Em 2012, o nível de endividamento da empresa superou o limite interno de 2,5 vezes o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês).
No segundo trimestre do ano passado, a empresa divulgou seu primeiro prejuízo em 13 anos. Em dezembro, a avaliação de crédito de grau de investimento da companhia foi colocada sob observação para possível corte.

MATÉRIA http://www1.folha.uol.com.br

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