A declaração dos promotores é baseada nas conversas que têm com criminosos durante as audiências criminais. “Que as facções estão aí, isso não restam dúvidas. Mas uma coisa é certa: elas não estão tão organizadas como se vendem"
Para Fábio Monteiro, o crime de “Frankzinho do 40” é um típico
recado que tem a função de servir de exemplo para os grupos rivais e
mostrar qual é o destino e o sofrimento que tem quem tenta desafiá-los
Membros
do Ministério Público Estadual (MPE) que atuam na área criminal dizem
que as facções criminosas com atuação, principalmente, nas unidades
prisionais da capital, não estão tão bem organizadas como anunciam e que
o estado ainda tem o comando. A prisão de sete integrantes da facção
criminosa denominada de Família do Norte (FDN), semana passada, pode
ter enfraquecido a estrutura da facção já que um dos presos, o
criminoso Vainer dos Santos Magalhães, o “Pepê”, é considerado um dos
braços fortes da FDN.
A declaração
dos promotores é baseada nas conversas que têm com criminosos durante as
audiências criminais. “Que as facções estão aí, isso não restam
dúvidas. Mas uma coisa é certa: elas não estão tão organizadas como se
vendem. E se as instituições de segurança trabalharem de forma
organizada ainda temos condições de vencer essa guerra”, declarou o
promotor de Justiça e coordenador Centro de Combate ao crime Organizado
(Caocrimo), Fábio Monteiro.
O
promotor Ednaldo Moura disse que a facção criminosa denominada de
Família do Norte, que seria um braço do Primeiro Comando da Capital
(PCC) na região, está sendo considerada a maior do Estado, vem buscando o
controle das cadeias e oferece algumas vantagens para quem se filia ao
grupo: proteção dentro e fora das prisões. “Eles estão tentando se
organizar aos moldes do PCC, mas ainda não estão totalmente
organizados”, afirma Moura.
Os
promotores apontam as mortes do traficante Frank Oliveira da Silva, o
“Frankzinho do 40”, e do presidiário Antônio Carlos Costa Uchoa, o
“Tonga”, ocorridas no mês passado, como sendo uma possível ação das
facções criminosas. “Frankzinho do 40” liderava uma ramificação do
tráfico de droga na capital e estaria fazendo frente aos outros grupos.
Para
Fábio Monteiro, o crime de “Frankzinho do 40” é um típico recado que
tem a função de servir de exemplo para os grupos rivais e mostrar qual
é o destino e o sofrimento que tem quem tenta desafiá-los. Além disso, é
uma forma de demonstrar ao Estado o poder e a força que tem.
Fábio
Monteiro acredita que o alinhamento das instituições de segurança –
polícias Civil e Militar, MPE e judiciário e as demais secretarias –
pode reprimir o crescimento da criminalidade instituída. A criação do
Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), para os presos que hoje estão no
controle dos presídios, é uma das medidas defendidas por Fábio
Monteiro.
Segundo o promotor, essas
lideranças seriam colocadas em celas individuais e teriam seus direitos e
comunicação com o mundo fora da cadeia limitados. Para os promotores,
os presos começaram a se organizar depois que foram transferidos para
presídios federais onde tiveram contato com lideranças de facções
criminosas como o PCC, de São Paulo, e o Comando Vermelho (CV), do Rio
de Janeiro.
MATÉRIA ACRITICA.COM
Nenhum comentário:
Postar um comentário