A Lei de Acesso à Informação estabelece que órgãos e entidades públicas devem divulgar informações de interesse geral ou coletivo em todos os meio disponíveis, principalmente em seus sites na internet
CGU Amazonas reúne, na Ufam, representantes de instituições e do movimento social para debater ações anticorrupção
O
principal problema no combate à corrupção é a legislação processual. A
constatação é de servidores de órgãos de controle dos poderes Executivo,
Legislativo e Judiciário, que se reuniram na sexta-feira (6), no
auditório Eulálio Chaves no mini campus da Universidade Federal do
Amazonas (Ufam), para debater as conquistas e os desafios no combate aos
desvios na administração pública.
O
encontro foi realizado pela Controladoria Geral da União (CGU) para
marcar o Dia Internacional contra a Corrupção, que será celebrado na
segunda-feira (9).
Para
o chefe da regional da CGU no Amazonas, Marcelo Borges de Sousa, muitas
leis já se tornaram obsoletas para os dias atuais. “Enquanto não houver
a reforma do processo penal, estaremos amarrados para chegar ao
corrupto e no corruptor”, enfatiza.
O
chefe do Núcleo de Ações de Prevenção da Corrupção da CGU no Amazonas,
Rafael Oliveira Novo, o Código de Processo Penal quando trata de crimes
de corrupção, abre margem para muitos recursos e contestações que
prolongam o processo e contribuem para a impunidade.
“A
legislação de punição é boa, com isso não temos problemas. O nosso
problema é no processo. Há uma grande quantidade de recursos. O processo
judicial brasileiro, com relação aos crimes de corrupção, deve ser mais
célere para chegarmos à efetividade. Não deve haver tantos recursos,
tantas formas de contestar, claro que respeitando as garantias
constitucionais, o contraditório e a ampla defesa. Mas, esse processo
deve ser mais célere”, disse Rafael Novo.
Diretor
técnico do Tribunal de Contas da União (TCU) no Amazonas, Elianai
Monteiro reclama da “letargia” processual e também reclama da forma como
são aceitos os recursos nas instâncias eleitorais. “O problema é que a
lei não é aplicada, e quando aplicada não é cumprida. Tivemos
recentemente o caso dos deputados que foram presos, mas além desses
quantos outros se tem notícia?”, questionou. Para ele, a sociedade
demanda por instrumentos legais que atendam com mais rapidez os clamores
populares. “A própria comunidade jurídica concorda com essa idéia de
quês as leis precisam ser modernizadas para que a finalidade da lei seja
cumprida”, observou.
Por
outro lado, os mecanismos legais de controle têm contribuído para
avanços no combate e na prevenção à corrupção. A Lei de Acesso à
Informação (lei 12.527/2011) estabelece que órgãos e entidades públicas
devem divulgar, independentemente de solicitações, informações de
interesse geral ou coletivo em todos os meio disponíveis, principalmente
em seus sites na internet. De acordo com Marcelo Borges, o instrumento
tem sido de muito relevante para o controle social. “Muitas de nossas
demandas vem do cidadão comum”, garante.
Sobre
a propagação de casos, Borges afirma existir maior percepção hoje dos
casos de corrupção: “A corrupção sempre existiu. Atualmente temos esse
cenário porque as coisas estão às claras, existe informação.”
Sidney Leite contesta informação
O
deputado estadual Sidney leite (Pros) contestou, por meio de nota,
informação veiculada na edição de sexta-feira, nesta mesma página, de
que está inelegível. “A informação não tem qualquer fundamento”, disse o
deputado afirmando que está em dias com seus direitos políticos.
A
fonte da matéria, diretor do Conselho de Cidadãos de Maués (Concima),
disse Sidney Leite, na verdade tem relações estreitas com o atual
prefeito de Maués. Antônio Fonseca foi há pouco tempo, secretário de
governo da Prefeitura de Maués, atuando em Manaus, informou o
parlamentar.
Sidney
Leite questiona a isenção do Concima e afirma que a mesma é usada
politicamente por Fonseca e não tem representatividade em Maués.
A respeito do caso citado na matéria, Sidney Leite afirma que já foi comprovado que o objeto do convênio foi executado.
Brasil é o 72º colocado em corrupção
No
ano em que a corrupção foi colocada atrás das grades no Brasil, o País
ficou na 72ª colocação, entre 177 países, no Índice de Percepção da
Corrupção de 2013. A colocação brasileira representa queda de três
posições em relação ao mesmo estudo no ano passado, quando o Brasil
ocupou a 69ª posição, segundo a ONG Contas Abertas.
O
estudo é realizado pela Transparência Internacional (TI), organização
da sociedade civil que luta contra a corrupção. A edição deste ano do
projeto conferiu ao Brasil a nota 42, em uma escala de 0 (mais
corrupção) a 100 (menos corrupção). No ano passado, o Brasil recebeu a
nota 43.
Além
da África do Sul, o Brasil está empatado na 72ª posição com São Tomé e
Príncipe, Bósnia e Herzegovina, e, Sérvia. Uma colocação à frente da
posição brasileira, com a nota 43, encontram-se Kuwait, Itália e
Romênia. Logo atrás, com nota 41, vêm Bulgária, Senegal e Tunísia.
Entre
os vizinhos de continente, o Brasil posicionou-se como o terceiro
melhor, perdendo para Uruguai e Chile. Atrás do Brasil ficaram, pela
ordem: Peru (38 pontos, 83ª posição), Colômbia (36, 94ª), Equador (35,
102ª), Argentina (34, 106ª), Bolívia (34, 106ª), Paraguai (24, 150ª) e
Venezuela (20, 160ª).
Lei de Transparência está valendo
O
representante do Instituto Amazônico de Cidadania (Iaci) Alexandre
Simões cobrou a regulamentação da Lei da Transparência no Estado.
O
subcontrolador do Estado Rogério Siqueira de Sá afirmou que a
Controladoria Geral do Estado (CGE) já elaborou um projeto de lei para
regulamentar a norma federal, em vigor desde 2012. “Se esse projeto de
lei não foi encaminhado à Assembleia Legislativa, não nos compete”,
disse.
Rogério
Sá disse que apesar da falta da regulamentação prevista na lei, os
gestores estão sendo orientados a atuarem de forma transparente. Segundo
ele, o que deverá ser regulamentado é o esclarecimento sobre para onde
a pessoa que solicitar uma informação que for negada pelos órgãos
negada deve recorrer. “No caso, temos o Minsitério Público”, frisou.
O
subprocurador ressalvou que a Lei da Transparência já é válida em todo o
território nacional. “Então não é o fato de ela não ter sido
regulamentada que a lei não deve ser cumprida. No momento em que o
cidadão solicitar uma informação de um órgão público estadual, o gestor
por força de lei já está obrigado a prestar a informação”, alertou
Rogério de Sá.
MATÉRIA ACRITICA.COM.BR
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