Pesquisar

Vereadores de Coari recebem “Mensalinho” de R$ 60 mil cada um, numa conta que chega a R$ 900 mil por mês



Vereadores-Coari
O povo de Coari parece ter perdido o medo de vez. Se antes o Radar se resumia em receber informações e documentos de um pequeno de grupo de descontentes com o que ocorre na administração pública do município – na maioria das vezes gente ligada a entidades representativas de movimentos sociais, como por exemplo o Conselhos de Cidadãos Coarienses – agora é informação que chega de todo lado, a todo momento, com os mais diversos emitentes, de professor, passando por guarda municipal, dona de casa, feirante, e nos últimos dias, até mesmo de funcionários públicos do município.
E foi assim que ficamos sabendo, através de um funcionário público concursado do município, sobre um acordo feito há cerca de dois meses entre Adail Pinheiro – com o aval de seu vice que virou prefeito após ele ser preso – que os vereadores de Coari aceitaram um “Mensalinho” (ou seria melhor dizer Mensalão?) para não cassar o mandato de Adail Pinheiro ao final da Comissão Processante. O funcionário público se diz revoltado por ver esposas e parentes de vereadores ganhando salários de R$ 5 mil, ficando em casa, enquanto ele “se mata de trabalhar” (segundo suas próprias palavras) para ganhar pouco mais de R$ 1 mil.
O dito funcionário, que não identificaremos por motivo de segurança, teve acesso ao acordo, que ficou nos seguintes critérios: R$ 60 mil por mês, para cada um dos 15 vereadores, em cargos na Prefeitura de Coari. Desses R$ 60 mil, um salário de R$ 5 mil para a esposa (oficial ou não oficial) de casa um dos vereadores, e o restante, RR 55 mil, com cargos para parentes e cabos eleitorais, com salários que variam de um salário mínimo, ou seja, R$ 724,00 até R$ 5 mil. O total do “Mensalinho” para os 15 vereadores atinge o montante de R$ 900 mil, por mês. “Isso se não ficou um valor ainda maior do que R$ 60 mil para o presidente da Casa e o vice-presidente, que nunca recebem o mesmo valor dos demais vereadores”, diz o funcionário.
Então, aqui no Radar chegamos a seguinte conclusão: ninguém se surpreenda se, caso o relatório final da Comissão Processante, que deve ser posto em votação nas próximas sessões plenárias da Câmara de Coari – a começar dessa terça (13) e quarta-feira (14) que deveria ter sessão – mesmo que venha com parecer pela cassação de Adail Pinheiro, seja recusado por maioria dos vereadores. Depois, de rejeitado, ele vai parar no arquivo morto, bem morto mesmo, no mesmo lugar em que estão os dois relatórios da CPI para apurar fraudes em licitação. (Any Margareth)
Matéria radaramazonico.com.br 

Nenhum comentário: